domingo, 16 de novembro de 2008
ritos de passagem
Solteiro para casado e surge o rito de casamento. Estava assistindo a "O Casamento do meu melhor amigo". O que me parte o coração é perceber que as partes daquele par diante do altar estão mudando, ou "que eles serão um só", e, portanto, seu amigo nunca mais será o mesmo.
Acho que dá um misto de ciúmes e felicidade, sim. Mas a gente deixa "o melhor amigo casar com a melhor mulher".
O que me deixa apático num casamento é ver a grande preocupação por alimentação, por vestidos, por bons djs. Por que dizem que o casamento foi sem graça? Porque Esquecem-se que é momento pra emoção e o que o que nos toca são os centros de poder simbólico, as declarações públicas de afeto. O abraço emocionado da noiva nos irmãos, choros de emoção, palavras improvisadas.
Mutatis mutandis, em relação aos ritos de passagem, meu tio cantando a música de Roberto Carlos "como é grande o meu amor por você" para a minha prima na festa de 15 anos, sendo incapaz de terminar o refrão. Minha avó Paé falando, no enterro de minha bisavó, que sentia-se bastante triste em perceber que não abraçara a mãe dela o suficiente, porque vovó Guilhermina tinha medo que os tumores na pele passassem para seus filhos.
O Trajano pode até dizer que estamos cada vez mais racionais e os ritos estão vestigiais, mas eu não vejo (percebo) assim, e nem me sinto menos membro de uma sociedade complexa por isso.
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2 comentários:
.tá parecendo vitor turner isso.rs...ta lendo ele é?
.te juro que meu olho encheu de lágrima quando você falou da sua avó.=~(
- e esse lance do casamento tem sido meu discurso aqui em casa com minha irmã....e como tá sendo dificil.
ah..o casamento da minha irma.
é pq ela tem se preocupado mais em festas, em vestido, bolo, comida, convidados, etc., do que propriamente a emoção que ela vai viver qdo estiver la no altar, ou outras preocupaçoes do genero
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