terça-feira, 14 de abril de 2009

Suicídio

A evasão pela morte sempre é uma possibilidade romântica, tanto que há vários mecanismos de impossibilitar o suicídio. Surgem frases do tipo "a pessoa sofre muito mais no inferno", "não soluciona nada".
E ontem eu estava pensando em minhas situações hipocôndricas, com medo de estar doente por doenças incuráveis. Aquele pequeno medo, apenas, de trazer tanta tristeza a família, seria solucionado por uma ação tão pequena: o suicídio.
Mas aí eu pensei que quarta-feira eu vou estar no médico e vai tá tudo bem, que não faz muito sentido antecipar a morte de uma doença que provavelmente nem tenho.
Vou ficar nessa felicidade terrena por algum tempo. vou expressar amores mal amados, belezas não pintadas, passados medíocres e tantas outras mazelas. Living la vida...

quarta-feira, 18 de março de 2009



Eu já coloquei a foto desse cara, mas ele ainda continua a me chocar.

segunda-feira, 16 de março de 2009

UnB: de braços abertos pra você

Alexandre, esse semestre, fará aulas pela manhã. Ele saiu do fluxo. Eu sai do fluxo...
Ele ficará com suas manhãs para a UnB, suas tardes para o estágio e algumas noites para a UnB. Ele poderia não ter aula na sexta a noite, mas a vontade de entender os significados antropológicos da reciprocidade, juntando-se a uma possibilidade de utilizar da noite de sexta uma prelúdio de diversão fez com que ele mantesse um horário relativamente noturno. Não faz mal.. ele pode se arrepender e continuar a vida como era antes.
Disciplinas:

Direito de Família: Lembro-me o quão era novo nesse curso de direito que a primeira legislação a qual fui ter contato era o código civil - livro de direito de família. Fui buscar as relações de incesto positivadas, as possibilidades de adoção, divórcio, etc.. Acho que é a matéria que mais me interessa nesse curso jurídico, pelo menos nesse meu núcleo de estudante de ensino médio.

Direito Processual Penal 1: Ação penal, inquérito policial, habeas corpus, prisão preventiva e essas coisinhas que fazem para tirar pessoas da prisão. Jamais chamar seu cliente de bandido, afinal de contas, só se condena com sentença transitado em julgado.

Direito Internacional Público: Aquele sistema de expectativas contrafáticas que Estados Unidos não respeitam ou simplesmente aquele sistema de expectativas contrafáticas que não são contrário aos fatos? Eu não acho que a gente espere a paz mundial e a igualdade entre os indivíduos (estados nacionais que compõem a Onu). Vai ser matéria pra encher tabela...

Direito Processual Civil 2: A esperança de conhecer práticas jurídicas mesmo! De ver petição inicial, fases de conhecimento, sentenças condenatórias e declaratórias de direito. Dói um pouco pensar que sei tão pouco de algo essencial ao ofício jurídico, procedimentos básicos. Mas é que essa cadeira é composta pelas pessoas mais imbecis que eu conheci numa faculdade; as pessoas que mereciam, realmente, viver na mediocridade de suas vidinhas; sem o menor contato comigo.

Direito Penal 2: Uma matéria orgasmática, como sempre. Crimes mais complexos, menos institucionalizados. Os sujeitos? Caras de colarinho branco. Os crimes contra a administração pública, contra a ordem financeira, tributária. Aqueles filhinhos da puta, sabem? Pois é...

Antropologia da dádiva: Volta e meia, um espaço para pensar bem o direito. E aí eu vou ter mais substancialidade para pensar o que é dar, retribuir e receber. Comprei um livro do Marcel Mauss só pra pensar sobre isso. Estou apostando as fichas nessa matéria.

Atualização e Prática do Direito 2 - Juizados Especiais: Mais uma matéria processual inútil. Só pra completar tabela. Espero apenas assinar a chamada, estudar loucamente pra tirar minha menção ridícula e frequentar, durante essas aulas, a reunião dos alcoólicos anônimos, que tem sido uma coisa super divertida.


Râmo rê o mar!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sonho de valsa.

A garotinha colegial fica ansiosa para sair da sala de aula. O sinal da escola toca, ela já estar com a mochila arrumada, correndo para o corredor. No entanto, ela titumbeia, se direcionando para o grupo de amigas - "melhor sair normalmente". Junta-se às colegas, com cadernos e livros didáticos, em direção ao portão do seu colégios. Por mais que seus olhos estejam perdidos e o coração batendo forte, ela o encontra ali, sentado na sua moto, com um capacete levantado e outro na mão. Dificilmente consegue esconder a felicidade que tá dentro dela, pois o sorriso é tão gostoso. Despede-se das amigas, que também já compartilham da felicidade dela. Chega próximo e não fala muita coisa, nem o abraça de frente, nem o beija - simplesmente pega o capacete, sentando-se na garoupa da moto. Mas nem por isso não faz daquilo um momento de carinho: Encosta o rosto, ainda que com o capacete, nas costas do amado e segura forte no seu abdomên. Ela está tão feliz...

sábado, 7 de março de 2009

Enfatizando-se o que não se deve enfatizar

Mesmo que a gente perceba propostas mal sucedidas, relações degastadas e que isso não seja problemático, afirmar que isto acontece é uma falha. E falha que eu cometi recentemente. Estou um pouco aliviado (?) em que isto aconteça, afinal, por que discutir relações que já tão tênues e não percebê-las? Afinal, porque a distância já é grande -ao mesmo tempo, um sentimento de perda imensa. Surgem os sonhos de gozos interrompidos, e dói perceber que "it's over- Gato Barbieri" - ao menos eu disse que meu nome é Jeanne, né Paul? Desculpa, mas você perguntou o que não queria ouvir. E eu estou disposto a me manter próximo - só que o amor amigo é uma coisa que se conquista todo dia e, se isso se estatiza, ou seja, se não é vivido, fica sedentário e dá gripe.

You just a little boy underneath that hat...

6 de março foi um belo dia para mim. Tudo bem que o meu contrato de estágio acabou e provavelmente eu não terei possibilidades de renová-lo, mas a verdade é que isto me fez se deslocar de roda por essa cidade de asfalto e grama, lembrando de telefonar para pessoas queridas. E dessa querelância, surgiu um despertar de "nossa, como eu gosto de você!". E saimos a noite, com um papo tão suave e sem forçações de histórias, das férias bem vividas e dos amores mal vividos. Das minhas incursões etnográficas no alcoólatras anõnimos, das temporadas de six feet under, de emoções intensas. Bom foi perceber que uma ligação telefônica com carona representou que a dádiva da amizade é de todo boa - que me faz bem...
E eu não sei mais sobre reciprocidade.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Engula o choro!

Uma pena viver nessa sazonalidade brasiliense, de uma cidade multicultural e de pessoas ricas, já que chega janeiro e vão todas aos seus núcleos familiares de outros estados. Seu coração se reparte em pedacinhos, porque essas pessoas vão e demoram a voltar. E, pior ainda, acaba-se por sofrer de insuficiência cardíaca.

Uma pena perceber que não se pode expor qualquer drama, porque você sempre escutou que engolir o choro era melhor. O que se esperava era um abraço, mas o bom mesmo é fingir que está espirrando e os olhos coçando. Que droga, Guilherme, você está com uma alergia! Vá tomar celestamine...



triste...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Casimiro de Abreu

Minha poesia em forma de prosa, com uma breve inspiração no autor do romantismo.

Casimiro de Abreu

Uma vez buscou as vontades adquiridas num momento recente. Dezembro, aquele ambiente aconchegante de sol a pino, foi a conquista de maturidade adquirida. Viu que tinha potencial e que seria capaz de conseguir muita coisa. Gritou na varanda e subiu os degraus aos pulos, pois conseguira mais do que achava que era capaz. Êxtase conquistada. Agora era apenas fritar um frango assado e se mandar para um ambiente passado, que não fora capaz de se esquecer.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Manuelle e reciprocidade

Manu,

você não tem mais perfil no orkut e, portanto, eu nao tenho como lhe escrever um testimonial, mas acho que o espaço aqui é tão apropriado pra te dizer o que eu aprendi com você quanto o orkut seria.
Percebi que a reciprocidade é só um carater do capitalismo massacrante e perverso do ocidente (hehehehe), que eu não tenho que impôr como ética condicionante de todas as pessoas. Sei lá, eu talvez tenha aprendido isso no direito, das reflexões sobre público/privado, democracia/totalitarismo, liberdade/igualdade, bem-estar social/liberalismo.
Obrigado por tudo - juro que um dia eu vi um homem ser feliz... menina, eu vi.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Da categoria "igualdade formal" e "igualdade material"

Louis Dumont é um autor da antropologia que apresenta uma discussão tão massa sobre ideologia moderna que me deixa bem enrolado, ou seja, ele tem umas sacadas sobre a cultura moderna ("moderna" no sentido estritamente temporal/espacial).
Ao caracterizar a ideologia como uma ideia valor da sociedade, sendo característica das sociedades modernas a ideologia do indivíduo (individualismo), em que cada indivíduo (físico) é representado como o sujeito moral. Vem essas frasesinhas senso comuns do direito de que "o indivíduo é um fim em si mesmo", "a sociedade só nos serve para suprir nossas liberdade" (e a reciprocidade só chega nesse aspecto - a ação pública do homem é pela reciprocidade), mostrando que sempre pensamos em uma perspectiva individualista, em que a sociedade é feita de indivíduos (e norberto elias tem umas divagações bem interessantes sobre essa noção).
Sendo o sujeito moral da sociedade moderna o indivíduo, e não a sociedade, a ideia de igualdade é bem importante para as discussões da modernidade, sendo todo o discurso da democracia fundada por sensibilidades sobre o que é isso, ou seja, perspectivas que tornem as partes da sociedade, os indivíduos, mais iguais. A hierarquia é sempre vista como uma idéia péssima.
Basta, portanto, observar o mito (falo de mito como uma forma de não mostrar que é uma inverdade histórica, mas para dimensionar que tal perspectiva sobre passado tem uma finalidade de apresentar que a atual configuração da ideologia defendida é a mais adequada) que se faz sobre a história da sociedade ocidental através dos "paradigmas constitucionais : "Antes era o paradigma liberal, em que todo mundo podia contratar e que todo mundo teria liberdade de ser o que quiser (igualdade formal). Aí percebeu-se que não dava muito certo, porque tal igualdade estratificava bastante a sociedade, surgindo, assim, o paradigma social (igualdade material). Só que o social não permitiu a liberdade de contratar, sendo o Estado super inflado. Partiu-se, então, para a democracia (igualdade formal e material)"...

Analisando o mito, observamos que a atual configuração do direito é a perspectiva em que o valor indivíduo é a mais "real". O liberalismo é mal visto porque permite hierarquizar as pessoas, pois "os capitalistas dono de indústria" tem um poder bem maior do que "os empregados". Surge o estado social, mas esse é mal visto porque o estado apresenta-se hierarquicamente superior aos capitalistas e empregados. E surge o estado democrático, em que os capitalista e empregados se aglutinam a dimensão do Estado, possibilitando igualdade para todos os indivíduos.

Caracterizar a igualdade do liberalismo como "formal" é uma associação estrutural de pares opostos. Formal está para material assim como aparente está para eficaz. Essa categorização da igualdade como material e formal é um meio de desqualificar a igualdade do liberalismo.



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Essas serão as discussões que eu farei num fichamento crítico sobre direito constitucional do trabalho.
Obviamente que eu apresentarei mais discursos do estruturalismo francês, com uma autoridade etnogŕafica mais bem projetada.
Espero comentários :D

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

o que tem passado na minha cabeça

Então gente,

estou aqui nessa animação de começo de semestre, querendo saber quais serão meus destinos para o ano de 2009.
A droga é que eu tô estruturado em propostas de vida a longo prazo, esperando finalidades para mim. Eu teria de mudar e entender que é aquilo que eu tô vivendo, ou seja, escrever nesse blog é a vida, fazer meu estágio é a vida, carpe diem! E isso me veio enquanto assistia "a sete palmos" (six feet under) - uma terapia para mim.
Minhas aulas de "direito do trabalho" ainda não começaram, mas eu estou animado com a minha participação num grupo de estudos da antropologia sobre práticas culturais e direitos humanos. Expus para um público maior que a minha pretensão de monografia de final de curso é escrever uma etnografia (não quis expor muito sobre a temática - mas penso em cidadania e dos discursos propostos pela faculdade de direito da unb em torno dessa questão). E aí começa a surgir meu pibic, meus artigos, minhas participações em conferências, minhas monitorias e meu currículo se inflando para um mestrado etc...
Descobrindo que ser apenas um bacharel em direito me deixaria muito triste, que é bom para ganhar dinheiro e ser independente, mas que eu estou cada vez mais crente que a ciência jurídica está no limiar de uma tecnologia desmiolada, meio que perdida em canônes de sentidos éticos que eu mal compreendo. às vezes penso que só queria ser dona de casa - lavar roupa, pratos e fazer faxina - seria tudo mais fácil :)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um exercício comparativo ou um sentimento de perda

Abandonei às moscas o blog. Preciso escrever alguma coisa para renovar meus votos desse ano, afinal, estava muito distante dessa prática literária.

xxx

O sentimento de perda que tive nessa minha viagem curta pelo Nordeste, que foi uma viagem bem nativa (distante apenas por um ano, mas com uma inserção profunda que me impediu de observar as práticas); mas mesmo assim estou com um gostinho de perda. Por que não falar desse sentimento que já está quase se acabando?
Na verdade, nem vale a pena falar sobre essa análise sentimental minha que não existe, ou seja, eu não vivo uma vida diferente daquela vida que eu vivi nos meus 20 dias no Nordeste. Na verdade aquela vida performática no Nordeste já virou um ciclo, um fato intrínseco a minha regularidade - ir a Natal não é "ir à campo", porque Natal já é academia. Eu não posso ter antropologhical blues - não mais.